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Motorista Bêbado que Atropelou Casal é Liberado em Santos e Acende Debate Nacional sobre a Lei de Trânsito

Motorista Embriagado atropela Casal em Santos
Motorista Embriagado atropela Casal em Santos


O Brasil assiste, mais uma vez, a uma tragédia anunciada: a morte de um cidadão e os ferimentos graves de sua companheira, vítimas de um motorista comprovadamente embriagado que invadiu a calçada. O mais revoltante, contudo, é a rápida liberação do condutor após audiência de custódia, onde lhe foi concedida a liberdade provisória para responder ao processo.

O incidente, que chocou a comunidade, reacende o debate sobre a classificação legal desses crimes. O motorista, que causou a morte do homem e a lesão corporal da mulher, foi autuado em flagrante. No entanto, o ponto central da polêmica jurídica reside na diferença entre Homicídio Culposo e Dolo Eventual.

A Discussão Legal: Culpa vs. Intenção

1. Homicídio Culposo (Atual Classificação Mais Comum)

  • Definição: Acontece quando não há intenção de matar, mas o crime é cometido por imprudência, negligência ou imperícia.

  • Consequência: Frequentemente, este crime permite ao réu responder em liberdade, mediante fiança ou medidas cautelares, como a proibição de frequentar certos locais ou dirigir. A pena é significativamente menor.

2. Dolo Eventual (O Pedido da Sociedade)

  • Definição: Ocorre quando o agente, embora não queira diretamente o resultado (a morte), assume o risco de produzi-lo. A jurisprudência brasileira tem argumentado que dirigir em alta velocidade e sob efeito de álcool em vias públicas demonstra que o motorista assumiu o risco de um resultado fatal.

  • Consequência: Se o caso for classificado como Dolo Eventual, o motorista é julgado pelo Tribunal do Júri, como um assassino. As penas são muito mais severas, podendo chegar a mais de 20 anos de reclusão, e a prisão preventiva (sem fiança) é a regra.

O Sentimento de Impunidade

Para a família e a sociedade, a liberação do motorista, muitas vezes com a única restrição de não dirigir, é percebida como um profundo sentimento de impunidade. O argumento é que o ato de beber e dirigir é uma escolha consciente que transforma o veículo em uma arma, tornando o motorista responsável por assumir o risco de matar.

O clamor por justiça não se resume à punição, mas à mudança de paradigma: reconhecer que a embriaguez ao volante, quando resulta em morte, está mais próxima de uma intenção velada de matar (Dolo Eventual) do que de um mero acidente de trânsito.

O caso segue agora para a fase de inquérito, onde o Ministério Público deverá analisar as provas — incluindo o teste de alcoolemia e o padrão de direção descontrolada — para decidir se oferece a denúncia por Homicídio Culposo ou se insiste na tese de Dolo Eventual, que faria o motorista ser julgado pelo júri popular.

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